quinta-feira, 29 de julho de 2010

Detalhe .

'Ela desce involuntariamente, sem a minha permissão, escorrendo em meu rosto que não sei explicar o porquê, mas eu o sinto fervendo, como se alguém tivesse ligado o fogão ou um aquecedor e colocado em minhas bochechas rosadas, pelo sol estrangeiro. Com seu toque delicado e gelado, me arrepio, fechando meus olhos, fazendo com que outras pequenas gotas geladas desçam pelo meu rosto sem eu nem saber o porquê. Abro meus olhos, à procura de um espelho ou qualquer coisa que reflita meu rosto, para eu ver exatamente o que se passa...
Dois passos para a frente, três para o lado, levanto minha cabeça, e vejo minha imagem borrada no que chamam de espelho, olho para meus olhos vermelhos, depois para minhas mãos que estavam tremendo, levo então elas para o meu rosto, limpando tais lágrimas intrometidas, abro um pouco a torneira fria, tentando esfriar meu rosto e limpá-lo.
Sem conseguir retornar a olhar a minha imagem borrada no espelho, pego a toalha, enxugando meu rosto, menos quente, mas nem um pouco frio, jogo-a de qualquer jeito na bancada da pia, apago a luz do banheiro e volto ao meu respectivo cômodo, para tentar esquecer o que aconteceu e tentar dormir.'


30/07/10

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