segunda-feira, 16 de maio de 2011

Virei um objeto.

Há dias que eu não vejo sentido em minha vida. Sinto que perdi parte de mim. Parte que foi enterrada em uma plantação de cana.
A cicatriz em meu peito ainda está aberta. Há dez dias que eu sinto meu coração bater e ao silêncio da noite, ouvir, o eco que as gostas de sangue fazem ao escorrer da ferida não cicatrizada.
O alívio de chegar, e de continuar viva eu não vejo, essa alegria que me ronda eu não sinto. O brilho de cada dia eu não percebo.
A vida perdeu o valor, a casa que era minha, não me acolhe mais. Os dias passam. Assim como meus sentimentos. Virei um objeto.

14.05.11

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