domingo, 13 de maio de 2012

Abra o olho, por favor




   E se fez um silêncio. Mas não qualquer um, um enlouquecedor.  E agora já era noite. O dia passou em um minuto e a noite chegou sem nem avisar. Mas a menina continuava lá, intacta desde o nascer do sol, no mesmo canto, em silêncio, só ouvindo seus pensamentos. Que não era pouca coisa. O ambiente estava silencioso, mas dentro de sua cabeça, parecia mais é uma grande guerra, de tanto grito e indecisão.
  Mas após 10 horas paralisada, a garota se levanta em um ímpeto, abre a gaveta da escrivaninha, pega um bloco de papel e um lápis, volta no mesmo canto, e se senta. Com a luz do luar batendo com seu colo, iluminando o bloco de folhas, ela começa a colocar seus pensamentos no papel;
  “Garota, deixe-me ser sincera. Eu sou fria, eu sou grossa, sou fraca, sou idiota, mas acima de tudo sou irônica. A lista é grande, sei que é, mas eu tenho consciência de cada item dela. E no passar dos anos, eu mudei, sim! Fiquei mais fria, graças aos filhos da putas que massacraram meu coração, mas eu continuo a mesma garota idiota e grossa de sempre. Mas você, bom você mudou. Não digo para mal nem para bem, apenas mudou.  E bom, se você não quer aceitar o óbvio vindo da minha boca, não tem problema. Pergunte para as outras garotas que talvez a conhecem a mais tempo que eu. Elas dirão o mesmo, de maneiras diferentes, mas irão concordar comigo, sei disso. Eu não quero brigar, não mesmo nunca quis! Mas eu acho que eu, ao dizer tanta verdade na sua cara de uma vez só, você não quis enxergar, e preferiu me ferir ao me escutar. Não tem problema, vendo desse ponto de vista eu entendo. Mas não posso ignorar ao fato que machucou. Você é minha amiga, e eu acho que já demonstrei o quanto a amo e me importo com você. E esse voto de silêncio? Pode-se dizer que não foi a melhor solução, porque sinto a sua falta, e o pior é que estamos machucando outra grande amiga nossa.
  Talvez seja muita informação para um dia só, então fique com a carta, e relei-a várias vezes, absorvendo os conselhos, críticas (não sei exatamente o que é isso) um pouco a cada dia. Porque sinceramente do mesmo jeito que nossa amiga espera, eu também espero que um dia isso seja apenas mais uma página virada no meu livro. E que daqui alguns anos, a gente irá rir ou se desculpar da besteira que falamos. Talvez, eu ainda não tenho o dom de prever o futuro.”
  E após passar algum tempo escrevendo, uma carta. A garota deixa de lado o bloco e deita-se no chão.

                            13.05.12

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Adeus?


 


Um passo, um pulo e sua vida acaba. Os problemas chegam ao fim. Tudo se resolve, com um único passo e uma única decisão.  Mas e as despedidas? Por mais que não sejam muitas, ainda há quem se preocupa com a garota na beira do abismo.  Lágrimas escorrem pela face assustada, o corpo gela, como se já estivesse morta, há um tempo. Ela quer colocar um fim, em tudo, reencontrar o amigo que perdeu no ano passado. Uma decisão, e todos os problemas desaparecem. O silêncio é assustador, não há ninguém em volta para impedi-la. Ela olha para os lados, depois para cima. E algo cai, é água, vindo das nuvens. Se não bastasse a sua tristeza, tem a do céu também. O ar gelado da chuva a faz se arrepiar, ela se envolve em seus braços, tentando se aquecer, mas depois de minutos vendo o céu chorar, sofrer com ela. Ela olha para baixo sussurra algo em voz baixa, e se joga.
                                       12.05.12
Um passo, um pulo e sua vida acaba. Os problemas chegam ao fim. Tudo se resolve, com um único passo e uma única decisão.  Mas e as despedidas? Por mais que não sejam muitas, ainda há quem se preocupa com a garota na beira do abismo.  Lágrimas escorrem pela face assustada, o corpo gela, como se já estivesse morta, há um tempo. Ela quer colocar um fim, em tudo, reencontrar o amigo que perdeu no ano passado. Uma decisão, e todos os problemas desaparecem. O silêncio é assustador, não há ninguém em volta para impedi-la. Ela olha para os lados, depois para cima. E algo cai, é água, vindo das nuvens. Se não bastasse a sua tristeza, tem a do céu também. O ar gelado da chuva a faz se arrepiar, ela se envolve em seus braços, tentando se aquecer, mas depois de minutos vendo o céu chorar, sofrer com ela. Ela olha para baixo sussurra algo em voz baixa, e se joga.                   

12.05.12