quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Quarta feira

Saudades da quarta feira passada, que tive um dia inteiro de descanso. Sem trabalhos intermináveis de virar a noite e os olhos.
Até teve você, que completou a minha tarde com o seu sorriso magnífico e seus abraços protetores. Nossas risadas intercaladas pelas brincadeiras, que quem vê de longe, ou desconhece a intimidade amorosa, nos vê como duas crianças, mas que sejamos crianças felizes.
É tanta saudades e amor, que o restaurante que estava razoavelmente cheio, ao saírmos, estava completamente vazio. Apenas os funcionário limpando e re arrumando o lugar para um possível segundo turno.
Perco a noção do tempo, quando olho profundamente dentro dos teus castanhos olhos. Me encontro em outra dimensão, um mundo só nosso. Sem compromisso ou interrupções.
Desejo mais um dia de descanso, com a sua companhia e seus beijos. E quero o segundo turno da nossa quarta feira. 


21.10.14

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

A Paz dos seus braços

 Antes, eu não me importava com o provável e inevitável fim do mundo ou talvez da minha vida. Pouco me interessava sobre as notícias futuras, já que meu presente era tão destroçado e insuportável. Eu vivi, por algum tempo, em uma infinita noite obscura, sem data previsível da volta de um dia ensolarado. Desacreditava na existência da Paz. 
 Pelo menos uma coisa que eu acredito e acreditava aconteceu, o tempo de fato curou e transformou muita coisa, encontrou e solucionou muitos sentimentos perdidos. 
 Hoje me desagrada saber da constante falta de água, da seca que a cada dia piora, nesta atual doença que roda o mundo e mata boa parte da população. Me amedronta saber que talvez, em algum momento em me encontre em uma enredo de filme, mas infelizmente não o romântico ou o de comédia, e sim o de tragédia, com o foco principal, a possível extinção da humanidade. 
Relaciono meu medo não com a perda da minha vida, pois talvez terei outras, misturando um pouco da essência desta alma com as futuras e passadas, e sim de terminar uma história que mal começou. Diria até que está nas preliminares, o aperitivo. Ainda tem muito o vim, que conhecer. Eu quero te conhecer, cada parte do seu corpo e aos poucos entender seus pensamentos. A forma como eles funcionam. Quero fechar os olhos, e te enxergar todo na minha frente, na minha mente. 
 A Paz é relativa, cada um acha ela em um lugar. Talvez eu tenha demorado um pouco, mas encontrei a minha, e é ao seu lado, as vezes na madrugada gelada, meu corpo aquecido pelo seu, que não entendo como, mas sempre pegando fogo, quase não necessitamos de um cobertor, já que me aquece de maneiras diversas, não simplesmente físicas. Tem outros momentos, que a Paz invade nas madrugadas com 29°C e mesmo assim, neste calor, é um momento agradável, repleto de amor e carinho. 
 Não estou pronta para abrir mão, da vida que conquistei com um grande esforço. Muito menos perder você, já que durante setes meses, você se tornou meu, mais a cada dia.
 Ainda tem o fator que mais me preocupa, você mora longe. E eu tenho um defeito, acho que pode ser considerado com um, sempre penso no pior. Em acidentes que podem acontecer e como pessoas ao meu redor se sentiriam se algo me acontecesse, sempre penso. Com isso me aflito, me perco na loucura de minhas ideias, e se algo acontecer? E se alguma tragédia acontecer? E se não der tempo de me despedir? E se não der tempo de falar tudo que desejo? Será que durante a morte você pensa no que não fez ou no que conquistou? Infelizmente, mesmo viva eu penso nos dois e sofro com os dois.
 Eu não quero o fim do mundo, a invasão desta epidemia nos países, esta interminável falta de água. Quero continuar vivendo, quero te conhecer mais, te fazer sorrir até começar a doer o maxilar e mesmo assim continuar, até te faço massagem para relaxar. Eu quero é tentar te fazer feliz. 
 Gostaria muito de ter nascido um gênio, ou pelo menos com mais vontade de fazer qualquer coisa, por você, por nós, pelo bem de muita gente que eu amo, gostaria de achar uma fórmula para solucionar um dos problemas, um de cada vez. Não desejo a Paz Mundial, pois acredito que isso seja apenas uma utopia, já que a maneira de conquista-la não é unanime à todos. 


21.10.14

Ideias

Isso vem lá de dentro, onde durante o dia o ambiente é seco, silencioso, iluminando apenas o medo da perda. E a noite, é úmido, gelado e barulhento. São pensamentos estridentes, perdidos e confusos a respeito de um assunto, uma pessoa, um obstáculo. Já se foram sete meses, longos e duradouros meses... O que falta para oficializar?

20.10.14

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Uma personalidade em cada dia

 Hoje eu sou alta, mas não muito, o suficiente para ser notada e não necessitar dos saltos altos. Cabelos longos, finos, liso na raiz e um pouco ondulado nas pontas, de um tom puxado para ruivo, mais perto do cobre. Meus olhos, no processo, digamos que deu um certo erro, não que tenha danificado algo, apenas único, talvez especial. Eles são verdes, mas não completamente, no interior, a cor mel prevalece, dando um toque de exclusividade. 
 Sou branca, completamente pálida. Rosto, braços, pernas e barriga, tudo. E não é por falta de tentar, até procuro passear um pouco no sol, mas bronzeada é algo que não costumo ficar. Passo protetor solar, para me proteger do exagero, mas sempre fico bastante vermelha. Fico parecendo um bombom de chocolate branco com morango, simples assim. 
 O dia amanheceu com uma brisa agradável, uma temperatura gostosa. Um sol ralo, com pequena intensidade. Felizmente não tenho aula, por motivos de que meu professor está doente, e hoje só teria aula com ele. Minha programação até 1 hora atrás estava completamente vazia, meus horários todos vagos. Mas minha amiga me ligou e pediu ajuda para fazer uns bolos para enviar à uma instituição de crianças órfãs, que ela é voluntária. 
 Esta amiga, é bastante atrapalhada, mas sempre com muita boa vontade para ajudar quem precisa. Cozinha muito bem, seus doces e salgados são de dar água na boca, só de ver eles serem feitos. Por sorte ela mora em uma casa grande, em uma bairro luxuoso, com empregados 24 horas, porque com toda a bagunça que ela faz na cozinha, precisaria de um belo time, para reorganizar o lugar. 
Ao chegar na mansão, fui recebida calorosamente pelos empregados e por uma névoa de farinha. Caos, é uma boa palavra para descrever o lugar, as duas longas bancadas que se localizam no meio da cozinha, estão cheias e um pouco sujas. Dois pacotes de bolos prontos e já embrulhados, um de chocolate e outro que parece de cenoura. Ao lado, mais quatro formas vazias mas já untadas, esperando para colocar a massa. Ao redor das formas, diversas colheres, potes e ingredientes, todos desorganizados e espalhados pelas bancadas. 
Com os morenos cachos presos em um alto coque, minha amiga se encontra em frente ao forno, segurando um pote com a mão esquerda e com a direita uma colher de pau, com a qual está batendo a massa com destreza, em movimentos muito rápido. Em um instante de descanso, ela nota a minha presença e abre um radiante sorriso, repousa a bacia em cima do forno e faz gestos de felicidade e me situa do andamento da produção dos bolos.  
 Eu disse hoje, porque ontem, ahh ontem conheci pessoas inimagináveis, fiz coisas que nunca, em plena sobriedade faria. Ontem eu era loira, com uma franja recente, caída nos olhos, mas que facilmente dava para organiza-la atrás de minhas orelhas. Meus cílios eram longos, moreno claro, quase loiro, precisei passar um rímel para deixa-los visíveis e ressaltar meus olhos verdes. 
 Com o clima agradável que estava, céu azul, com poucas nuvens, um sol bonito e tranquilo, pude usar a saia que ganhei. Foi um presente inesperado, de uma pessoa inesperada, mas de muito bom gosto. Curta, mas nada escandaloso que mostre meu útero, comportada. De cor laranja vivo, mas ao mesmo tempo discreta. A saia era soltinha, de algodão, muito confortável. Junto, coloquei uma regata branca, simples. 
 Saí de casa desacompanhada, sem compromisso. Com uma bolsa pequena, cruzada, que continha apenas o necessário, documento, dinheiro, chave de casa, celular e os óculos escuros. Dessa vez, pela primeira vez, resolvi passear ouvindo o som do ambiente, natural, os batuques distraídos, o chacoalhar das pernas das pessoas imperativas, os assobios dos pássaros, o barulho dos pneus contra o asfalto, que as vezes, deixava até marcas.
 Reparei em uma esquina, que de longe parecia uma qualquer em meio de tantas, mas ao chegar perto, ouvi o burburinho das risadas, da conversa que abraçava a alma, do som baixo e sorrateiro de um jazz antigo, que fazia sintonia à conversa. Havia umas dez pessoas, um grupo pequeno que apreciava e participava de uma arte conjunta em uma parede, que um dia foi branca, mas que naquele momento, estava sendo decorada por várias mãos, discutida por diversas mentes e apreciada por muitos olhares. Todas as cores, encobria aquele muro, formas desenvolvidas, específicas para aquela arte, traços delicados um após o outro.
 Atravessei a rua, com um cuidado distraído, cheguei perto sem fazer muito alvoroço. Esperei o momento certo, quando as risadas diminuíram o volume e juntos, em plena sincronia fizeram uma pausa para respirar. Comentei, em um tom sincero e de fato surpreso, o quão lindo tudo aquilo estava se tornando, perguntei se eu poderia entrar no ambiente tão animado e contagiante. O grupo me abraçou com os olhos, cada um demonstrou tamanha simpatia, e com gestos me convidaram para fazer parte daquele círculo artístico. Me ofereceram algo para beber e após poucos minutos, me senti rodeada de novos amigos, com novas ideias.
 Aquela manhã tranquila, se tornou um uma tarde maravilhosa. Quando reparei, o céu estava tingido em um tom rosado, mesclando o laranja ao rosa, era como se a natureza estivesse fazendo parte daquela arte, que se prolongou durante o dia todo. Com a descida do sol, uma brisa fresca envolveu meus cabelos e das mulheres ao meu redor. Todos, se estremeceram com a chegada do vento frio.
 Com os copos cheios e as geladeiras portáveis, a reunião se trans-locomoveu para a casa de uma das mulheres. Esta, aparentava uns 23 anos, jovem, de pele bronzeada, cabelos morenos e cacheados, em seu braço esquerdo havia uma tatuagem bastante detalhada, que diante os desenhos feito por ela no muro, acredito que ela mesmo, tenha feito o rascunho. Vestia um calça jeans com diversos rasgos transversais ao longo das pernas, nada muito destroçado, junto, vestia uma camiseta de cor vinho, com um considerável decote em que seu médio busto se portava muito bem nele. Ela acolheu todos com muito bom grado em seu apartamento, que na verdade parecia mais um loft. As bebidas alcoólicas se prolongaram durante toda a noite, e o jazz sorrateiro da tarde, se transformou em músicas eletrônicas, que invadiu o ambiente e fez cada batida dos corações presentes no espaço, batessem mais rápido e o que fez parte da música, de corpo e alma. 


15.10.14 - 16.10.14

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Nostalgia do fim de semana

A chegada da segunda feira e aquela desgraça, aquela saudades, a contagem regressiva de quanto tempo, quantos muitos minutos, milhões de segundos faltam, para eu revê-lo, voltar a te ter, só para mim, nos meus braços, preso, nos meus lábios. 

 07.10.14 

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Mais uma quinta feira

Aquela tarde fria, que o vento corta lentamente cada parte exposta do corpo. Que ao invés do sangue, vermelho vivo da ferida, há apenas uma essência, amostra de uma futura gripe, que está por vir, já que repentinamente a brisa quente e agradável do dia anterior, se transformou, inesperadamente em uma ventania sem limites. Vultos transitam desorientados nos corredores da Universidade, desviando com sutileza, evitando movimentos bruscos para não desmanchem o tão ajeitado conjunto de roupas, acomodadas em perfeita desordem no corpo congelado. Mas em meio ao desespero, dos cabelos aos ventos, dos arrepios involuntários, há sorrisos, risadas contagiantes, que em perfeita sintonia aquecem as almas unidas, pela harmonia compartilhada em cada declaração, fala, expressão, da turma de amigos abraçados, encaixados, amontoados que se esquivam do frio e comentários negativos. 


03.10.14