segunda-feira, 20 de outubro de 2014

A Paz dos seus braços

 Antes, eu não me importava com o provável e inevitável fim do mundo ou talvez da minha vida. Pouco me interessava sobre as notícias futuras, já que meu presente era tão destroçado e insuportável. Eu vivi, por algum tempo, em uma infinita noite obscura, sem data previsível da volta de um dia ensolarado. Desacreditava na existência da Paz. 
 Pelo menos uma coisa que eu acredito e acreditava aconteceu, o tempo de fato curou e transformou muita coisa, encontrou e solucionou muitos sentimentos perdidos. 
 Hoje me desagrada saber da constante falta de água, da seca que a cada dia piora, nesta atual doença que roda o mundo e mata boa parte da população. Me amedronta saber que talvez, em algum momento em me encontre em uma enredo de filme, mas infelizmente não o romântico ou o de comédia, e sim o de tragédia, com o foco principal, a possível extinção da humanidade. 
Relaciono meu medo não com a perda da minha vida, pois talvez terei outras, misturando um pouco da essência desta alma com as futuras e passadas, e sim de terminar uma história que mal começou. Diria até que está nas preliminares, o aperitivo. Ainda tem muito o vim, que conhecer. Eu quero te conhecer, cada parte do seu corpo e aos poucos entender seus pensamentos. A forma como eles funcionam. Quero fechar os olhos, e te enxergar todo na minha frente, na minha mente. 
 A Paz é relativa, cada um acha ela em um lugar. Talvez eu tenha demorado um pouco, mas encontrei a minha, e é ao seu lado, as vezes na madrugada gelada, meu corpo aquecido pelo seu, que não entendo como, mas sempre pegando fogo, quase não necessitamos de um cobertor, já que me aquece de maneiras diversas, não simplesmente físicas. Tem outros momentos, que a Paz invade nas madrugadas com 29°C e mesmo assim, neste calor, é um momento agradável, repleto de amor e carinho. 
 Não estou pronta para abrir mão, da vida que conquistei com um grande esforço. Muito menos perder você, já que durante setes meses, você se tornou meu, mais a cada dia.
 Ainda tem o fator que mais me preocupa, você mora longe. E eu tenho um defeito, acho que pode ser considerado com um, sempre penso no pior. Em acidentes que podem acontecer e como pessoas ao meu redor se sentiriam se algo me acontecesse, sempre penso. Com isso me aflito, me perco na loucura de minhas ideias, e se algo acontecer? E se alguma tragédia acontecer? E se não der tempo de me despedir? E se não der tempo de falar tudo que desejo? Será que durante a morte você pensa no que não fez ou no que conquistou? Infelizmente, mesmo viva eu penso nos dois e sofro com os dois.
 Eu não quero o fim do mundo, a invasão desta epidemia nos países, esta interminável falta de água. Quero continuar vivendo, quero te conhecer mais, te fazer sorrir até começar a doer o maxilar e mesmo assim continuar, até te faço massagem para relaxar. Eu quero é tentar te fazer feliz. 
 Gostaria muito de ter nascido um gênio, ou pelo menos com mais vontade de fazer qualquer coisa, por você, por nós, pelo bem de muita gente que eu amo, gostaria de achar uma fórmula para solucionar um dos problemas, um de cada vez. Não desejo a Paz Mundial, pois acredito que isso seja apenas uma utopia, já que a maneira de conquista-la não é unanime à todos. 


21.10.14

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